segunda-feira, 20 de maio de 2013

Dó Ré Mi Fá


(...) Que passava por despóticos com um entusiasmo sem limites. Passava por heróis, por pessoas, por oásis. Passava firme e caprichosa. Flutuava bem leve e trôpega, linda. A saia rodada correndo por entre as pernas de um jeito simples e literal. A noite escura refletindo sua alma introspectiva e sufocada. Lamentos tão intensamente lindos e tristes. Passava sem correntes por toda a platéia, chamando atenção. De salto fino, tão resoluta. Aplausos fora de foco em meio ao seu pranto. Aplausos dados com corações. Tão dançante e tão reflexiva. Claves e fás com maquiagem. E assim, coisas verdadeiramente belas que quase ninguém percebe. Macia e prateada, mexia-se usando dedos ágeis. Passava com aquela calda negra de maneira mansa, só dela. Para alguns, nota de aprovação e para outros, nem tanto. Quase mulher. Dó. Ré. Mi. Fá. Notas de piano.

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