segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Plural

Nós somos.
Somos história.
Somos mistura.
Somos inteiros.
Completamos.
Somamos.
Espantamos,espanamos.
Somos romance.
Somos cumplicidade.
Somos peças separadas também. E precisa ser assim, para que haja encaixe.
Somos encaixe!
Somos simples.
Somos complexos.
Fáceis e difíceis.
Somos o que há de melhor.
Sabemos ser o que há de pior.
Somos fatais. 
Somos o topo.
Somos a base.
Somos brasa.
Somos lixo, somos luxo.
Somos sementes.
Somos sal. 
Somos argila moldada. Artificialmente naturais.
Somos cosmos.
Somos átomos também (quando queremos).
Somos o silêncio retilíneo.
Somos a fala, na medida exata.
Somos o abraço, os braços, a fração.
Somos  alguns bocados.
Somos os pormenores de uma multidão.
Uma doença. 
Um semáforo.
Somos plumas e pigmentos.
Somos, por sorte, um plural veloz.
Somos pitada calculada de pieguice.
Um tanto brega. Um tanto encantador.
Somos cadência. Descompasso e batuque.
Nunca somos o vazio. 
Sempre somos o vazio.
Somos sede.
Somos apostas.
Somos migalhas de um inteiro absurdo.
Somos latifúndio. Castelo e reduto.
Somos originais. Alguns fogos de artifício.
Algumas manchas no céu. 
Somos um pito de nada.
Somos as cortinas abertas, o espetáculo.
Somos o aplauso. Do início e do final.
Somos didaticamente falhos.
Uma matemática morta.
Um pretérito perfeito, imperfeito demais.
Perfeitos no espelho do banheiro.
Monstros.
Somos ódio e amor.
Somos um paradoxo. Eterno e passageiro.
Somos nossos.
(...)



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