quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Não sabe


Não.
Você não sabe.
Você não sabe de mim.
Não sabe.
Nada.
De mim.
Você não sabe meu nome
Sequer.

Você não sabe meu gosto
Meu gesto
Meu lapso
Meu grave
Meu desespero.

Não.
Não sabe.
Você não sabe minha cor
Minha fuga
Meu véu
Minha morte.
Você,
Não sabe a palma da minha mão.
Não sabe meu ócio.
Meu sócio.
Meu país.

De mim,
Você não sabe o toque
Nem o pertencimento.
Não sabe meu pecado.
Meu rastro.
Meu sangue.
Meu prazer.

Não.
Você não sabe.

Não sabe meu suor.
Não sabe minha discórdia.
Meu lado
Meu laço
Meu asco
Meu mel

Não.
Não.
Não.

Você não sabe nada
Do tudo que eu mostrei.
Desenhei.
Revelei.
Entreguei.
Naquele teste de praxe.

Você não sabe
Da minha psicopatia.
Das minhas maledicências.
Viagens.
Reticências...
Aparências
Ponto final.

Ora,
Você não poderia saber.

E não sabe você,
Inclusive,
O porquê
Os porquês
De ao teu lado
Eu ter acordado
Nesta manhã.



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